segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O grande castanheiro

A natureza que, após o século XVI, só, de Annunciaçâo para cá, começou a ser vista, em Portugal, com alguma verdade, evolucionando desde então até triumphar, por completo, em Silva Porto e nos seus companheiros e continuadores: Marques d'O1iveira, Arthur Loureiro, Ramalho. Malhoa, Vaz, Luciano Freire e Carlos Reis,

Carlos Reis no seu atelier, Joshua Benoliel.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

trouxe á arte muitos elementos caracteristicos que escapavam ao que, até ahi, era quasi exclusivo assumpto dos nossos artistas.

Carlos Reis no seu atelier, Joshua Benoliel.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

A vida do campo com os seus costumes, o seu trajar ainda tradiccional e típico, e as suas figuras do interior ou da beira-mar, tão cheias de caracter e reveladoras da raça, veio dar-lhes uma mais profunda verdade e um maior conhecimento dos nossos verdadeiros elementos de constituição.

Carlos Reis no seu atelier, Joshua Benoliel.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

A luz, variável com a região, a architectura dos terrenos differenciada de provincia para província, tudo isso veio enriquecer o filão em que trabalham, com coragem, os que consideram o movimento artistico de hoje como um estádio já relativamente brilhante, mas ainda passageiro, na nossa evolução artistica. (1)

O grande castanheiro ou A feira, Carlos Reis, 1910.
Imagem: MNAC


(1) Catallogo Illustrado, Exposição Nacional no Rio de Janeiro, Secção Portuguesa de Bellas Artes, Lisboa, A Editora, 1908

Leitura relacionada:
Ribeiro Arthur, Arte e artistas contemporaneos (II), Lisboa , Livraria Ferin, 1898
Ribeiro Arthur, Arte e artistas contemporaneos (III), Lisboa, Livraria Ferin, 1903

Carlos Reis: google search

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